“A Área Continental evoluiu muito desde 2009, quando cheguei aqui”
- nickpedrosajor
- 24 de out. de 2021
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Atualizado: 26 de out. de 2021
Seu Alcides de Araújo, 50 anos, é um dos 350 moradores da pesquisa realizada pelo CC que aprovam as melhorias infraestruturais
Se ao passar pelas ruas e avenidas da Área Continental, em 2009, era difícil locomover-se devido às ruas sem asfalto, como conta seu Alcides Araújo, 50 anos, o cenário é diferente mais de dez anos depois. "Minha rua ganhou asfalto. Eu pagava imposto e andava na lama. Hoje posso dizer: temos dignidade. A Área Continental evoluiu muito desde 2009, quando cheguei aqui".
O secretário de Desenvolvimento e Obras Públicas, Paulo Fiamenghi, informou que “mais de 900 toneladas de asfalto foram utilizadas em serviços de tapa buraco e pavimentação de vias na Área Continental”. Bairros como Samaritá, Parque Continental, Humaitá, Vila Nova São Vicente, Parque das Bandeiras, Jardim Rio Branco, Vila Emma, Gleba 2, Jardim Irmã Dolores e Vila Ponte Nova receberam os serviços.
Imagens de serviços de zeladoria e recapeamento de ruas - Fotos: Nícolas Pedrosa / Prefeitura de São Vicente
“Cerca de 300 mil metros quadrados de roçagem em praças e logradouros foram realizados. Ao todo, mais de mil metros cúbicos de entulho foram retirados somente nos primeiros seis meses de trabalho dessa gestão, por meio do Cata-Treco”, comenta Fiamenghi.
Essa mudança visual foi observada pelos moradores do bairro Vila Emma. Dona Edinalva Lopes, 73, e Adriana da Silva Freire, 29, contam que vivem há 20 anos na Área Continental e viram sua rua ser asfaltada apenas agora, depois de todo esse tempo.
“Antes, quando chovia, era um sofrimento para sair de casa. A rua era pedra e barro, depois virou lama. Mesmo assim, pagamos todos esses anos os impostos, como se a rua fosse asfaltada. Agora, com asfalto, melhorou bastante. Demorou, mas finalmente chegou”, comemorou dona Edinalva.
Imagens em carrossel, possível navegar com as setas pretas nos cantos esquerdo e direito - Fotos: Prefeitura de São Vicente
A cadeirante Maria Aparecida, 42, mora no bairro há oito anos e conta que tinha muita dificuldade para se locomover, por conta dos buracos nas ruas.
“Essas obras foram boas. No meu caso, eu tinha que arrumar a cadeira de rodas com frequência por causa dos buracos. Quando chovia, a rua enchia muito, eu tinha que passar pela lateral do poste ou alguém tinha que me ajudar. Agora vou conseguir sair com mais facilidade”, diz a moradora.
Mas, sem dúvida, para quem ali reside, a maior evolução está intimamente ligada à reforma da Ponte dos Barreiros. “O pontapé para um ‘upgrade’ na infraestrutura e no desenvolvimento urbano na Área Continental passa pela conclusão das reformas da 2ª fase da Ponte dos Barreiros, que já foi iniciada”, salienta o secretário.
Maior desafio infraestrutural da Área Continental: a Ponte dos Barreiros

Fechada para o tráfego de veículos em 30 de novembro de 2019, por determinação da Justiça, que atendeu à solicitação do Ministério Público, a Ponte dos Barreiros recebeu a atenção do Governo Federal, que anunciou, em dezembro daquele ano, o investimento necessário para a recuperação da estrutura. Três meses depois, em março, a Caixa Econômica Federal autorizou a liberação dos recursos. As obras foram divididas em duas fases, sendo a primeira em caráter emergencial, no valor de R$ 5.767.831,91. A segunda, no valor de R$ 51.877.415,79, contempla a recuperação das demais estacas e reforma geral da ponte.
Nesse tempo, moradores precisavam caminhar pela ponte seja embaixo de sol ou sob chuva. Como alternativa, a Prefeitura, com apoio da empresa de transportes, criou as carrocelas (à direita) - Fotos: Prefeitura de São Vicente, A Tribuna e Moro em São Vicente
A Terracom, empresa que ficou responsável pela execução do projeto da primeira fase, iniciou as obras em abril. Elas foram concluídas no dia 6 de junho, com a recuperação de 52 estacas que apresentavam maior desgaste, uma longarina (vigas longitudinais ou principais) de um dos tabuleiros e três travessas. Já no dia 16, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, esteve em São Vicente para a assinatura do Termo de Liberação de Recurso, garantindo o pagamento da primeira parcela da verba.
Decisão judicial
No dia 3 de fevereiro, a Justiça suspendeu em caráter liminar a licitação para a segunda fase das obras na Ponte dos Barreiros. Segundo o juiz responsável pela decisão, irregularidades foram detectadas no certame e a licitação foi suspensa. Com isso, o início das obras, que ocorreria em até três meses, ficou paralisado por mais de 70 dias.
Empresas que participaram da disputa entraram com uma ação na Justiça com o questionamento de possíveis irregularidades. O argumento foi que uma empresa seria favorecida por ser a única a atender todos os pré-requisitos do certame. O magistrado acolheu a argumentação e, desta forma, a licitação foi suspensa um dia antes da abertura dos envelopes.
Vencedora do certame

Após imbróglio judicial ser revertido na Justiça, a empresa vencedora foi a Jatobeton Engenharia LTDA, com a licitação no valor de R$ 33.720.317,64.
"A população da Área Continental ficou receosa com o período de interdição, que separou famílias e atrapalhou vidas. O sentimento de separação foi ainda mais escancarado na época. É muito mais que um reforma, trata-se de uma ponte que conecta São Vicente a São Vicente, somos uma cidade só”, enfatizou Fiamenghi.
Etapas do serviço
O pontapé inicial da reforma da ponte foi em agosto, com o término do canteiro de obras e a colocação dos tapumes. Após isso, tiveram início os serviços de separação e recuperação da passarela, atendendo todas as normas de segurança e garantindo a sustentação da estrutura.
Empresa iniciou os trabalhos. Expectativa é que as obras perdurem por um ano - Fotos: Prefeitura de São Vicente.
Já houve também perfuração para a passagem dos cabos de aço que vão sustentar a plataforma na parte inferior da ponte, garantindo o acesso dos trabalhadores na recuperação dos elementos estruturais.
Ao todo, nessa nova fase de obras, serão reformadas as 217 pilastras que sustentam a ponte, além de quatro longarinas e 57 transversinas, garantindo que a estrutura não entre em colapso.
A ponte, que tem capacidade atual para até 32 toneladas, ao fim da obra passará a ter capacidade de carga de até 45 toneladas.
A partir de quinta-feira (21), foi iniciado os serviços subaquáticos na Ponte dos Barreiros. O trabalho consiste em um jateamento de alta pressão em todas as colunas, de cima e debaixo d’água, para remover todas as crostas, garantindo que a massa tenha melhor aderência às pilastras. Também na parte inferior, desde o início da obra, já foram recuperadas 14 estacas, duas transversinas de sustentação e uma longarina.
Vídeo dos trabalhos realizados nesta quinta-feira (21) - Vídeo: Prefeitura de São Vicente
Na parte superior da ponte, equipes já finalizaram o grauteamento, preenchimento de massa em espaços vazios, de 15 das 68 juntas que fazem a ligação da pista de rolamento. Também já foram concluídos 300 dos 625 metros de alteamento das barreiras New Jersey na passarela.
Trânsito na ponte: Pare e Siga
Para evitar o fechamento total da ponte, prejudicando cerca de 150 mil moradores da Área Continental, a Prefeitura de São Vicente decidiu implantar o modelo “Pare e Siga” desde o dia 5 de agosto. Como há apenas uma via utilizável ao trânsito, esse sistema faz com que um lado pare, enquanto o lado contrário siga. Mas, como isso funciona?

De segunda a sábado, 24 horas por dia:
- Entre 6h e 9h – O Pare e Siga privilegia o tráfego de veículos no sentido Área Insular, liberando o tráfego por 10 minutos e interrompendo por cinco minutos para permitir o movimento no sentido contrário (tempo estimado, podendo variar de acordo com a demanda de veículos).
- Entre 17h e 20h - O Pare e Siga privilegia o tráfego de veículos no sentido Área Continental, liberando o tráfego por 10 minutos e interrompendo por cinco minutos para permitir o movimento no sentido contrário (tempo estimado, podendo variar de acordo com a demanda de veículos).
Domingos, 24 horas por dia -Aos domingos, o sistema Pare e Siga opera de acordo com o fluxo de veículos.
Agentes de trânsito e guardas municipais atuarão de forma contínua em ambos os lados da Ponte dos Barreiros, inclusive no turno da madrugada, das 21h às 6h, a fim de organizar o tráfego, dar suporte aos motoristas e garantir a segurança no local.
Os guardas municipais darão suporte tanto aos agentes quanto aos motoristas, fazendo rondas ao longo das filas.
Além disso, para melhorar o fluxo e dar segurança aos agentes de trânsito, foram instalados semáforos nas duas cabeceiras da ponte.

São dois equipamentos na Área Insular, instalados na Avenida Nações Unidas e Avenida Marechal Mariano Cândido da Silva Rondon, e um na Área Continental, na Avenida Angelina Pretti. Os semáforos serão operados manualmente, pelos agentes de trânsito e funcionários da Jatobeton.
“Eles vão auxiliar no sistema Pare e Siga, um trabalho que tem sido desafiador. É notório que os transtornos incomodam, mas a obra precisa acontecer para que a ponte seja segura de trafegar. Conseguimos evitar que houvesse um bloqueio completo das pistas, o que acarretaria um transtorno maior aos usuários. Agora estamos trabalhando para minimizar essas dificuldades”, explicou o secretário de Trânsito e Transportes, Alexandre Martins.
Por: Nícolas Pedrosa
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